Quando se é o próprio chefe e tem um negócio a ser cuidado, a dúvida de quanto cobrar fica cada vez mais evidente. Na maioria das profissões regulamentadas, existem tabelas com preços que auxiliam para que seja feita a base do cálculo de precificação. Os critérios de cada negócio são os principais diferenciais na hora de saber o quanto se deve cobrar. Mas e quando precificar os procedimentos odontológicos pode ser uma verdadeira dor de cabeça se não pensado nos mínimos detalhes?

Conhecer os métodos para calcular o valor da mão de obra ou ao menos constatar se está tendo lucro ou prejuízo, é fundamental para o negócio. Com os dias sempre atarefados e cheios, muitos profissionais esquecem que a clínica odontológica acima de tudo é uma empresa, que requer uma gestão de qualidade para que o negócio continue funcionando e conquistando os resultados esperados.

Mas como os valores devem ser determinados? O que deve ser levado em consideração na hora da precificação? Como realizar o cálculo da hora? Separamos algumas dicas que podem te auxiliar a determinar o valor que deve ser cobrado.

Defina os seus gastos

O óbvio, se não bem executado, pode sair bem mais caro do que se imagina. Ao colocar todos os gastos na ponta do lápis é possível saber o valor total mensal. Na hora de anotar os valores leve em consideração as despesas fixas e as variáveis, anotando todos os itens que geram gastos. Considere energia elétrica, água, colaborador, materiais para atendimento, anuidade do CRO, custo com associações, etc.

Após reunir todas as despesas, some-as e registre-as. Esse valor total é o primeiro passo para se calcular quanto custa a hora clínica.

Calcule a hora clínica

Após calcular o valor mensal de gastos do consultório, é hora de determinar o custo/hora para o funcionamento. Conte os dias que você trabalhou ou pretende trabalhar e multiplique pela média de horas trabalhadas por dia.

Exemplificando: se o seu consultório necessita de R$9.000,00 para ser mantido mensalmente e você trabalha 160 horas no mês, 20 dias úteis e 8 horas diárias, seu gasto por hora para manter a clínica será R$56,25. Isso significa que o preço mínimo que deve ser cobrado é de R$56,25 por cada hora atendida.

Mas lembre-se que existem gastos extras que devem ser levados em consideração. A dica é colocar o valor um pouco mais alto para que imprevistos não o peguem de surpresa.

Faça uma análise dos atendimentos

Ao pegar os dados dos atendimentos, observe quais os procedimentos são mais recorrentes e que também geram mais receita. Essa informação pode ser essencial para ser utilizada no marketing do consultório, trazendo novos pacientes e fidelizando os que já são atendidos.

Os procedimentos que estiverem rendendo mais devem ser cada vez mais divulgados, para que mais pessoas conheçam o seu trabalho. Os que estiverem rendendo menos, os ofereça associado a outro procedimento, sempre tentando melhorar a receita e também ampliar o conhecimento sobre a importância de realizá-lo.

Determine o valor que quer receber

Determinar o quanto se pretende ganhar é tão importante quanto a hora clínica. Na hora do cálculo, leve em consideração o seu trabalho, conhecimento, estudos, investimento e também os fatores que o fazem ser reconhecido como um profissional diferente.

Pense que você é um funcionário que também possui direitos e deveres, assim você também pode adoecer, ter imprevistos, precisar reagendar horários, etc. Ao estipular o valor, acrescente-o nas despesas totais do consultório e recalcule a hora clínica, para que o caixa sempre feche positivamente e todos os gastos estejam inclusos.

Determinar valores não é um processo simples e ter um planejamento e controle financeiro irão lhe auxiliar em todo o processo. O resultado será não só a monetização como também a valorização do trabalho e também atendimento, esses que muitas vezes são imensuráveis. Ajuste os preços de seus procedimentos à sua necessidade e realidade e cresça cada dia mais. O seu trabalho é a diferença!